quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Valle Sagrado



Chamado de Valle Sagrado, o belo vale do rio Urubamba (que significa Sagrado em quíchua), a 15 km ao norte de Cusco, foi o local que os incas escolheram para construir inúmeras cidadelas que protegeriam a cidade a capital do império ou serviriam de local de “veraneio” para os Imperadores. Mais tarde, essas cidadelas serviram de pontos de descanso para a longa viagem de 25 dias até Machu Pichu.

Ruinas de Ollantaytambo
A complexidade da arquitetura e da agricultura, principalmente, é bem visível nos sítios arquilógicos do Valle Sagrado. Os inúmeros terraços de plantio, construídos de cima para baixo, ajudavam a estabilizar as casas dos nobres na ponta das montanhas, assim como evitar deslizamentos em caso de terremotos.
Separe um dia e meio de sua viagem para conhecer os encantos das ruínas, passear por mercados enormes e cheios de cultura ou apenas observar como a natureza é maravilhosa!

Vale do Rio Urubamba
Para visitar as principais atrações de Cusco e do Valle Sagrado, o visitante precisa comprar um boleto turístico (S.130/70). A compra desse bilhete só é feita nas agências do governo (Avenida El Sol, 103 - www.peru.info) ou nas bilheterias das ruínas do Valle Sagrado. O boleto turístico de S. 70 é a melhor opção para quem faz o tour de 1 dia e meio para o Valle Sagrado, pois dá direito a entrada em 4 sítios arqueológico: Pisac, Ollantaytambo, Moray e Chinchero. 

Qualquer agência de viagens em Cusco tem pacotes para o Valle Sagrado. O preço, normalmente, é de S.40 sem almoço. Em um dia, você vai passear por três ruínas (Pisac, Ollantaytambo e Chinchero); você precisará de outra manhã para visitar a outra ruína.

A viagem para Valle começa na cidade de Pisac (Pisaq, em quíchua), a 2.950 m de altitude. A cidade fica entre o Rio Urubamba e as fortalezas incas. Lá o clima já é bem mais agradável que em Cusco. Organize sua viagem para que você visite a cidade e as ruínas nos dias de terças, quintas e domingos, quando acontece a tradicional feira de artesanatos da região. A feira é enorme e a cidade fica lotada, mas vale a pena conhecer. 

Ruinas de Pisac
Ali é um dos melhores lugares para comprar lembrancinhas. As ruínas de Pisac são lindas e a vista de lá é incrível: de um lado o belo rio Urubamba e, do outro, montanhas e mais montanhas... 

 Em Pisac, os terraços predominam, mas, como toda cidadela inca, com um centro de cerimônias com um intihuarana (área para observar o sol – os incas adoravam a astronomia) e outros templos menores para adoração dos deuses, de onde é possível ver as inúmeras tumbas incas nas paredes da montanha ao lado. 
Descendo o rio, a 2.750 m de altitude, chega-se a Ollantaytambo. Essa cidade é um dos pontos de partida para quem vai a Machu Pichu de trem ou pelo Caminho Inca. As ruínas de Ollanta são os melhores exemplos de como era uma cidade inca: ruas estreitas de paralelepípedos, prédios antigos de pedra e inúmeros canais de irrigação. 
Ollantaytambo
O forte de Ollantaytambo era bem protegido e, ali, os espanhóis perderam uma importante batalha na tentativa de conquistar a região – mas depois o meio irmão de Francisco Pizarro, Hernando Pizarro, utilizou força total e conseguiu capturar o “rebelde” Manco Inca.
O forte de Ollantaytambo também conta com um grande centro de cerimônias no topo da montanha, com enormes paredes de pedras que vieram de uma pedreira a 6km de distância.  Em frente às ruínas de Ollanta há um templo de observação das estrelas e do sol.

Templo de observação em frente às ruinas de Ollantaytambo
Vá preparado para o vento! Nas ruínas de Ollanta, o vento castiga...

Subindo novamente, a 3.176m de altitude, em Moray, você vai ver os únicos terraços incas redondos. Isso mesmo! Os terraços de agricultura foram construídos em um grande círculo. Não se sabe ao certo o motivo de os incas terem construídos os terraços dessa forma, mas especula-se que Moray fosse uma estação de agricultura experimental, pois as temperaturas no topo da montanha (1º círculo) e no fundo (último círculo) podem diferir em até 15ºC.
terraços de Moray
Por fim, Chinchero. A 3.760m de altitude, a população do vilarejo, com fortes traços coloniais, ainda utiliza as mesmas técnicas que os incas no tingimento da lã – com raízes de árvores locais, insetos – e na confecção das mantas. Visite as oficinas das tecelãs. É um excelente local para comprar produtos de lã de alpaca. O preço é um pouco mais caro que na cidade porque é tudo artesanal.
Artesãs de Chinchero

Quanto à saúde, vale lembrar que o Valle Sagrado está entre 2600 e 3700 metros de altitude. Muitas pessoas se sentem enjoadas ou com falta de ar. Para melhorar um pouco a “doença das alturas”, os andinos mascam ou fazem um chá da folha de coca. Vá sem preconceitos. Você pode mascar a folha o dia inteiro que você não vai ficar doidão, nem terá níveis de cocaína no sangue. Isso é tudo lenda. A folha de coca faz parte da cultura andina e só ajuda quem está em altitudes elevadas.
Se a folha de coca não te ajudar, nas farmácias são vendidos Kits de oxigênio para respirar.

Início da noite no Valle Sagrado
Beijos

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