quarta-feira, 2 de março de 2016

O Salar de Uyuni

 Quem me acompanhou no Instagram (@voualivoltoja) sabe que, recentemente, fiz a travessia do Salar de Uyuni até o Atacama.

Foi uma das viagens mais legais que eu já fiz.
Chegando no Salar de Uyuni


A gente menospreza demais a Bolívia, mas já fui duas vezes e sempre me surpreendo. Apesar da falta de estrutura para o turismo, a Bolívia é um país maravilho e com pessoas maravilhosas.
Vá e divirta-se. O melhor: divirta-se gastando pouco!!!

Saímos de São Paulo e pegamos o voo para Santa Cruz de la Sierra. De lá, pegamos mais um voo (companhia áerea boliviana chamada Amaszonas - voos bons e relativamente pontuais) para Sucre.

Sucre é a cidade (dizem) mais bonita da Bolívia. Achei, na verdade, a cidade menos ocre - aqui as casas e prédios são pintados.

Gobernación de Chuquisaca em Sucre

San Francisco Neri

No caminho até Uyuni, passamos em Potosí. A cidade é uma das mais altas do mundo e está a 3.967 metros de altitude. Não é um bom lugar para quem tem problemas respiratórios e a dor de cabeça começou. A cidade é Patrimônio Mundial da UNESCO!!!
Catedral de Potosi

Se você for por esses lados, não deixe de visitar a Catedral Gótica de São Lourenço, a Casa da Moeda e a Universidade Tomás Frias. Outro ponto interessante é visitar as tão famosas minas de prata que abasteceram o mercado europeu por muitos e muitos anos...

Perdemos muito tempo na estrada e chegamos muito tarde em Uyuni. Aqui, não espere muito luxo – embora alguns hotéis 5 estrelas já estejam instalados na região – e preços bem salgados.
A cidade vive praticamente do turismo ao redor do Salar e aproveita (não que eles estejam errados).

Logo cedo, pagamos nosso pacote de travessia e começamos o tour – fechamos tudo por email do Brasil e só pagamos aqui na Bolívia. 

É importante trazer cash (dólar ou bolivianos) para fazer o pagamento. Muitos (MUITOS) lugares não aceitam cartão ou, quando aceitam, cobram uma taxa elevada para processar a transação. 

Kit básico da viagem: casaco, protetor solar, óculos de sol, muita água, barrinhas de cereal, PAPEL HIGIÊNICO (ou lencinho umedecido)

1º dia de travessia

Primeira parada: Cemitério de trens. Um surto de progresso que tomou a Bolívia entre o final do século XIX e início do século XX. Nesse período, uma linha férrea foi criada com os ingleses (Antofagasta and Bolivia Railway Companies) para transportar matéria prima, como estanho, prata e ouro, até o porto chileno de Antofagasta, antiga saída boliviana para o Pacífico.

A ferrovia funcionou até os anos de 1940, quando os custos aumentaram e os interesses estrangeiros acabou. Assim, os trens foram abandonados em um ferro velho no meio do nada. É muito bonito de se ver... mas todos os tours chegam aqui ao mesmo tempo e dificilmente você consegue fazer uma foto sem alguém... hihihihi
sou a maquinista do meu trem...

Nada mais é do que um ferro velho com maquinas ferroviárias abandonadas, tão enferrujadas pelo 
tempo que chegam a ser bonitas.
Segunda parada: Salar de Uyuni!! É o maior deserto de sal do mundo, com cerca de 12.000 km² de extensão e está a 3.600 m de altitude. Nessa época do ano, chove bastante no Salar e, nos dias de sol, ele se transforma em um gigantesco espelho. Infelizmente, não pegamos sol, mas a visita ao Salar compensa!

Simplesmente Fantástico.
O Salar e sua imensidão branca...







Terceira parada: Como tinha chovido muito e o Salar estava inundado (acredite, em alguns pontos, a água estava no meio da canela), era impossível atravessar o deserto e dormir no Hotel de Sal – na verdade, estou achando que esse hotel é lenda, mas tudo bem...
Artesanato Local


Depois me falaram que o hotel é de verdade, mas reza a lenda...
Seguiríamos pela (mistura de terra, areia e um resto de asfalto) até nossa hospedagem, onde seria servido comida e bebidas quentes, banho e cama...








2º dia de travessia

O dia começou cedo! Depois de um café da manhã agradável (não há muito luxo e os bolivianos se esforçam para que a estadia seja boa), arrumamos tudo, subimos no carro e pegamos entrada.
Primeira parada: esse lugar fantástico: formação rochosa bem peculiar e uma linda vista para os vulcões adormecidos da Cordilheira dos Andes.




Segunda parada: os primeiros flamingos e a primeira laguna... Essa é a Laguna Cañapa e, ao fundo, o vulcão ativo Ollague (com 5840m).





A parada para o almoço não podia ter visual mais bonito: a Laguna Hedionda!

Laguna Hedionda num dia de sol e frio...


Quinta parada do dia: depois de um descanso merecido, seguimos para o Deserto de Siloli – a uma altitude de 4550 m, é o mais alto e mais cedo do mundo!!!! O lugar parece saído de um filme do Star War. Me achei em Tatooine…



É aqui que fica a "famosa" Arbol de Piedra



 Sexta parada: Laguna COLORADA. Linda, salgada e tóxica! Fica dentro da Reserva nacional de fauna andina Eduardo Avaroa e próxima à fronteira com o Chile.








Sétima parada: gêiseres “Sol de Mañana”. Subimos, subimos e subimos. Chegamos a 5.000m de altitude e os gêiseres estão em uma área desértica de aproximadamente 2km2 de extensão. 
A atividade vulcânica é alta e a lava vulcânica fervendo pode ser vista nos buracos. Além disso, as fumarolas e gêiseres podem chegar a 50 metros de altura. O cheiro de enxofre é enorme.


Depois de um dia bem cansativo, tudo que queríamos era banho, cama e bebidas quentes. Nossa acomodação era no meio da Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa. 

Fim de tarde - na verdade, eram 20h32 - no Parque Nacional Eduardo Avaroa

Não tinha banho, mas de frente para uma laguna e com uma piscina de águas termais na porta, era a melhor acomodação do mundo.

3º dia de Travessia

Como iriamos para San Pedro de Atacama, no Chile, saímos cedo em direção à fronteira. 
E amanheceu assim... 

A primeira parada foi o Deserto de Dali. Essas formações rochosas lembram os quadros surrealistas do artista espanhol.

Deserto de Dali

É areia que não acaba mais...

Depois, paramos para ver as Lagunas Verde e Blanca. A Laguna Verde fica nos pés dos Vulcão Licancabur (6000 m de altitude) e suas águas tóxicas são impregnadas de cobre.

Laguna Verde
Chegamos na Fronteira!!!!

E aqui fomos abandonados. Isso mesmo...
Depois da imigração na Bolívia (uma casinha sem qualquer infraestrutura num descampado), nosso guia entrou no carro e foi embora para Uyuni. Disse que um ônibus iria nos buscar. Fazia muito frio.
Um ônibus chegou e – ACREDITE – não era para nos levar até San Pedro. Claro que fiz um barraco. No fim, o motorista “aceitou” nos levar – pequeno detalhe: nosso grupo e mais 15 outras pessoas.


Vamos melhorar os ânimos (o estresse foi grande) e curtir o que o Atacama tem a oferecer!

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