sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Machu Picchu


Machu Picchu é simplesmente mais do que você imagina... Você precisar subir a montanha para saber o que a “cidade perdida dos incas” realmente é – além da energia que o lugar trasnmite...

Machu Picchu nos primeiros raios de sol... Sim, estava bem frio!!
Apesar da “descoberta” tardia das construções, em 2011, completou-se 100 anos, a “velha montanha” (em quíchua, Machu Pikchu significa velha montanha) já era conhecida pelos habitantes da região. Tanto é que a viagem de Hiram Bingham e sua trupe de exploradores foi liderada pelo filho de um camponês das redondezas, que conhecia as enormes ruínas cobertas de vegetação e muitas cobras.

Assim, o “descobrimento” das ruínas por um americano marcou a entrada do local no rol de ruínas incas que deveriam ser visitadas – se não for a principal! Machu Picchu é o retrato da arquitetura inca, com suas paredes de pedras milimetricamente encaixadas e lisas e sistemas “perfeitos” de drenagem de água.

Machu Picchu e montanhas vistos de Intipunku - Porta do Sol
Descendo o rio Urubamba, a vegetal em Machu Picchu muda completamente daquela de Cusco. A 2.400 metros de altitude, as inúmeras montanhas que cercam o local são cobertas de mata densa, árvores altas e muita umidade. O local, que foi escolhido a dedo por Pachacutec para servir de local de proteção em caso de ataques, é simplesmente fantástico, mesmo se as ruínas não estivessem ali. 
 O nascer do sol é o melhor horário para visitar as ruínas, não só por estar mais fresco e mais vazio, mas pela beleza de ver os primeiros raios de sol tocar as ruínas e a pedra Intihuatana ("onde se amarra o Sol" – primeiro quadradinho de Machu Picchu “tocado” pelos feixes de luz). Nas horas mais quentes, escolha um terraço usado para agricultura de descanse, mas fuja dos guardinhas: é proibido dormir em qualquer canto de Machu Picchu!!!!

A dificuldade de acesso, aliada a um rigor por parte da administração do Santuário Histórico de Machu Picchu, facilita a preservação do local. O rigor para manter o local intacto, mesmo sabendo que só 30% das ruínas são construções originais (o restante foi reconstruído), por exemplo, impõe uma visita de apenas 400 pessoas ao topo de Huayna Picchu por dia. 

Povoado de Aguas Calientes e rio Urubamba
Você só chega a Machu Picchu de trem ou pela trilha inca (falarei mais abaixo), e a parada em Águas Calientes – povoado às margens do rio Urubamba e ao pé da montanha é obrigatória. Aguas Calientes é muito chinfrim... Mas como é o único ponto de apoio para quem viaja para as ruínas, você vai precisar passar, no mínimo, uma noite lá. 

 Normalmente, as pessoas chegam em Aguas Calientes e seguem direto para Machu Picchu. Elas contratam um dos inúmeros guias que ficam na entrada do Complexo e cobram por duas horas de explicações. Depois disso, voltam para o povoado, dormem e retornam para Cusco no trem da manhã seguinte. Isso não é o mais legal!!!!
Você pode até subir a montanha no dia que você chegar, ouvir as explicações e voltar às 17h, quando o parque fecha, mas o melhor e acordar cedo e chegar ao parque ainda de madrugada. Aproveite e fique 10 horas lá dentro! Explore cada cantinho e vá para todos os lugares. Durma (é proibido, mas as pessoas acham um jeitinho) ou apenas sente nos terraços e fique contemplando aquele lugar maravilhoso. Fique até o último minuto possível...
Quanto à saúde, valem as mesmas dicas de Cusco. Machu Pichu está a mais de 2400 metros de altitude. Muitas pessoas se sentem enjoadas ou com falta de ar. Para melhorar um pouco a “doença das alturas”, os andinos mascam ou fazem um chá da folha de coca. Vá sem preconceitos. Você pode mascar a folha o dia inteiro que você não vai ficar doidão, nem terá níveis de cocaína no sangue. Isso é tudo lenda. A folha de coca faz parte da cultura andina e só ajuda quem está em altitudes elevadas.

Intipunku - Porta do Sol
Se a folha de coca não te ajudar, nas farmácias são vendidos Kits de oxigênio para respirar.

Na entrada do parque de Machu Picchu, há restaurante e banheiros, mas você não vai querer sair e entrar no parque o tempo todo, pois dependendo de onde você está, a caminhada até a portaria pode durar até 1h. Algumas coisas que você deve ficar atento:
·         Leve água e lanches rápidos e frutas.
·         Protetor solar e óculos de sol são fundamentais.
·         Vá de calça cumprida e, se possível, blusa de manga cumprida bem leve. Há muitos mosquitos, formigas e outros insetos que incomodam. Eu fui de blusa de manga curta e sofri!
·         Vá com disposição para andar muito e subir muitas escadas!

Terraços agrícolas
Então vamos especificas as dicas!

Quando ir:
O ano todo, mas o inverno é o mais recomendável. Prepare-se para noites muito frias e dias muito quentes... Mas a vantagem é que o céu estará sempre claro e com poucas, e as fotos ficaram lindas! Como é alta estação, os preços de tudo estarão nas alturas! Prepare o bolso, pois tudo em Aguas Caliente é o dobro do preço de Cusco, que já é o dobro do preço de Lima.
Nas outras épocas do ano, chove muito e isso pode dificultar a visita a Machu Picchu.
Se você tem um tempo um pouco maior, visite o Santuário logo pela manhã. O nascer do sol é o melhor momento, pois, além da belíssima visão do nascer do sol, Machu Picchu está mais vazio porque os trens com os turistas chegam em Aguas Calientes a partir de meio dia.

Transporte:As opções são limitadas: ou de trem até Aguas Calientes ou caminhando.
Saindo de Cusco, as duas estações de trem que ligam a capital da província até Macu Picchu são Poroy e Ollantaytambo. Os tickets dos trens devem ser comprados com antecedência. Se a sua agência de viagens está organizando tudo, ótimo. Se não, o site da única empresa de trens do Peru é a http://www.perurail.com/


"Residências"
Aliás, a empresa de trens Perurail é excelente! 

 Quanto às estações, Poroy é a mais próxima de Cusco e, mesmo assim, afastada – cerca de 30min de taxi. Lembro que a cena mais inusitada da viagem aconteceu justamente do caminho para Poroy. O taxista estava com pressa e resolver pegar um atalho... esperou um trem passar e enfiou o carro nos trilhos e andou um bocado colado no trem que ia na sua frente. Pena que não consegui registrar a cena!!!

Ollantaytambo, no Valle Sagrado, fica a 76Km de Cusco.
 
Se você decidiu fazer a Trilha Inca, a mais famosa trilha da América do Sul, prepare-se para 43km em 4 dias – essa é a duração média das caminhadas, mas você pode escolher a de dois días. Em Cusco há inúmeras agências que oferecem o serviço. Você vai precisar pegar o trem e parar no KM 82, onde começa a trilha mais utilizada. 

Você vai subir e descer montanhas; passar por sítios arquiológicos e ruinas até ter a primeira visão de machu Picchu, em Intipunku. Existem acampamentos de apoio ao longo do percurso, mas não há locais para tomar banho! Existem opções de menos días.
Casa do Guardião e Huayna Picchu ao fundo

Hospedagem:
As pousadas são praticamente iguais, assim como os restaurantes. Os preços, altos!
Se você é mais afortunado, fique no Machu Picchu Sanctuary Logde Hotel (www.sanctuarylodgehotel.com/) – é o único hotel na montanha de Machu Picchu e ele fica ao lado da entrada do parque. Acordar, abrir as janelas do quarto e apreciar a vista maravilhosa lá de cima deve ser muito bom!!!!!!
Se você não é tão afortunado assim, as opções são ficar nas pousadinhas ou albergues de Aguas Calientes.
Veja no www.booking.com as opções. Se você gosta é de albergues, o www.hostelworld.com/ a melhor opção para você.
Se você quer economizar e vai ficar em um albergue, em Aguas Calientes eu recomendo o albergue da rede Pirwa (www.pirwahostelscusco.com), em especial o Pirwa Backpackers Machu Picchu. Ficamos lá e foi tudo ótimo! Atendimento bacana e quartos limpos! 

Ingressos e entrada em Machu Picchu

Templo do Sol - única edificação circular
Sim!!! Decidiu os dias da sua viagem, então é hora de comprar os tickets para entrar no Santuário de Machu Picchu. As coisas mudaram muito de uns tempos para cá! Você pode comprar as entradas na sede do Ministério do Turismo em Àguas Calientes (Avenida Pachacutec, próximo à Plaza Del Pueblo) ou em Cusco (Avenida El Sol, 103). Além dessas opções, o governo do Peru disponibiliza também o site http://www.machupicchu.gob.pe/ para a compra das entradas em Machu Picchu e para a subida em Hayna Picchu. Antecipe-se e compre pelo site!

 O seu ticket de entrada tem o seu nome e o número do seu passaporte. Logo, você precisa apresentá-lo ou a identidade na entrada.  
Se você fará a trilha inca, o seu guia comprará a entrada e cobrará no seu pacote. Não em jeito, você vai pagar a bagatela de USD 128,00 para entrar no sítio arqueológico.
Hayna Picchu: Lembre-se que apenas 400 pessoas sobem a montanha!!!! Antigamente, você tinha de acordar de madrugada e enfrentar uma fila para subir a montanha. Os primeiros 400 entravam. Hoje não é mais assim!!! São dois grupos: um de 200 pessoas às 7h e outro, às 11h. 
Infelizmente, quando eu fui, não tinha mais disponibilidade. É uma atração muito concorrida e raramente alguém desiste.

E para piorar: os ingressos têm o nome e o número do passaporte. Se alguém desistiu, tem de devolver para o governo e tentar o reembolso... não vai dar para passar para um terceiro.
Praça Central
Além dos USD 128,00 da entrada de Machu Picchu, para visitar Huayna Picchu, o visitante deve pagar mais USD 24,00.
Entrada no Santuário: de Aguas Calientes, as opções são:
·         Pegar a van no ponto de ônibus (Alameda Pachacutec) entre 5h e 16h, com ônibus a cada 15min. O percurso dura 30 minutos de duração e o valor é de USD 18 ida e volta. O último ônibus sai de Machu Picchu às 17h30, visto que o parque fecha às 17h.
·         Caminhar e subir a montanha por uma escada de acesso (duração média: 1h40 – boa sorte)
·       Quem chega em Machu Picchu pela trilha inca não precisa passar por Aguas Calientes.

Atrações:
O Complexo de Machu Picchu está dividido em 2 áreas: a zona agrícola, formada por conjuntos de terraços de cultivo, que se encontra ao sul; e a zona urbana, que é aquela onde viveram seus ocupantes e onde se desenvolviam as principais atividades civis e religiosas. As duas zonas estão separadas por um muro, um fosso e uma escadaria, elementos que correm paralelos pela face leste da montanha.
Casa do Guardião e Zona rural ao fundo
·         Zona agrícola: ficar sentado nos terraços só contemplando as montanhas ou as ruínas já vale a viagem. Aproveite para descansar nos horários mais quentes. Não deixe de passar pela “Casa do Guardião”. Dali você tem uma visão completa do complexo, além do melhor lugar para tirar fotos

 ·         Zona urbana: No alto do muro que separa a parte urbana da rural, está a Porta de Machu Picchu. Quando o imperador e os habitantes da cidade estavam presentes, a porta ficava aberta. Quando saiam, sempre fechada. 
Zona Urbana
Templo do Sol, ou "Torreón", é a única estrutura circular de Machu Picchu e era usado pelos incas para estudar os efeitos dos solstícios de verão. O Torreón está construído sobre uma grande rocha sob a qual há uma pequena cova que foi forrada completamente com argamassa fina. Supunha-se que o local era um mausoléu e que em seu interior haveria múmias. 

Residência Real: das construções destinadas a residência real, esta é a mais fina, maior e melhor distribuída. A residência inclui duas peças de grandes monólitos de pedra bem talhada, e uma delas dá acesso a um quarto de serviço com canal de deságue. O conjunto inclui um curral para llhamas e um terraço privado com vista ao lado leste da cidade.
  
Área sagrada: É chamado assim o conjunto de construções dispostas em torno de um pátio quadrado. Todas as evidências indicam que o lugar estava destinado a diferentes rituais. Visite o Templo das Três Janelas, cujos muros de grandes blocos poligonais foram postos como um quebra-cabeças, e o Templo Principal, de blocos mais regulares, onde acredita-se que tenha sido o principal centro de cerimonial da cidade. Ao lado do Templo Principal está a casa do sacerdote, ou câmara dos ornamentos, conjunto que não havia sido terminado. 
Porta de Machu Picchu

O Intihuatana, ou "onde se amarra o Sol", é uma pedra talhada que esta posicionada de acordo com alinhamentos astronômicos e a posição das montanhas que circundam a cidade. É lá o primeiro ponto de Machu Picchu a receber os raios solares pela manhã. 

Próximo a entrada para Hayna Picchu fica a Rocha sagrada, pedra de face plana colocada sobre um amplo pedestal, indicando o extremo norte da cidade.
Ao lado da Praça Central, grande alameda vazia e de acesso restrito, fica o Grupo das três portas, conjunto arquitetônico dominado por três grandes kanchas dispostas simetricamente e comunicadas entre si. Suas portas, de idêntico formato, dão para a zona central de Machu Picchu. 
  
·         Huayna Picchu (em quíchua, “jovem montanha”), é a montanha com formato de rosto de homem que aparece nas principais fotos do local. A entrada é restrita a 400 pessoas por dia, e uma subida exaustiva leva ao cume. Algumas partes são escorregadias e protegidas por cabos de aço. Às vezes, durante a estação chuvosa, os passeios estão fechados. O topo Huayna Picchu seria a residência do sumo sacerdote. Todas as manhãs, antes do nascer do sol, o sumo sacerdote, com um pequeno grupo ia a pé a Machu Picchu para assinalar a chegada do novo dia.

Grupo das três portas

A partir da cúpula, uma trilha leva até o Templo da Lua, um dos três templos principais na área de Machu Picchu.
·         Intipunku, ou Porta do Sol, é a entrada de Machu Picchu para quem chega pela trilha inca. È o lugar onde os viajantes verão, pela primeira vez, as ruínas da cidade.
Tchau, tchau...



5 comentários:

  1. Pretendo ir para Machu Picchu no trem Vistadome , dormir em Aguas Calientes. No primeiro dia tenho o ingresso para o parque, mas no segundo dia ainda não comprei. O que você acha ? Devo comprar ?

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    1. Oi Luciana, visitar o parque pela manhã é fantástico.
      Acho que vale muito a pena visitar logo cedo, mas depende da sua disposição para acordar de madrugada!
      Faça o "sacrifício" e vá! Você não vai se arrepender.

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  2. Este lugar é fantástico mesmo!! Cheio de energia e positividade. Quem quer conhecer tudo, necessita de disposição e preparo físico pq este sobe e desce cansa bastante! Mas é um lugar recomendado à todos! Parabéns pela reportagem!

    Rodrigo PLF

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  3. Olá! Vou para o Peru em agosto de 2014, vou visitar Machu Picchu tbm. Já comprei o ingresso para voltar ao parque pela manhã no segundo dia. Pelo que vc falou, o ideal é calça comprida, blusa de manga comprida (os mosquitos me amam) e o calçado seria mesmo um tenis? Mesmo no inverno os dias são quentes? Desde já, obrigada!

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    1. Oi Raquel! Você vai amar Machu Picchu! Lá tem uma energia fantástica...
      Realmente a sugestão é blusa comprida. Durante a madrugada e o fim de tarde, a temperatura cai um bocado e faz frio. Eu fui em julho e peguei peguei frio... Olha a primeira foto para você ver: toda agasalhada. Depois começa a esquentar a ponto de jogar o casaco na mochila... Chega a 20oC fácil! A intenção da blusa de manga comprida é mais te proteger dos bichos que do calor. Faça uma boa viagem e, na volta, passe aqui no blog para contar como foi!!!

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