quinta-feira, 14 de junho de 2012

Um lugar chamado Yogyakarta...

Eu já tinha ouvido falar de várias cidades da Indonésia, como Jacarta, Bandung, Ubud, mas nunca de Yogyakarta. Isso mudou quando minha amiga Elizabete se mudou para aquelas bandas do Sudeste Asiático e falou-me da cidade.

Yogyakarta, na região de Daerah Istimewa Yogyakarta, ou DIY, é o principal destino turístico da ilha de Java e a única província indonésia ainda governada formalmente por um sultanato pré-colonial. Tem mais de 700 mil habitantes, principalmente jovens universitários, e está localizada na base de um vulcão extremamente ativo – o Merapi, que entrou em erupção em 2010.
Prambanan

É da cidade o melhor ponto de apoio para ver os templos Borobudur – maior templo budista do mundo – e o Prambanan – gigantesco complexo de templos hindus.

As religiões hindu, budista e muçulmana convivem em certa harmonia.

Antes de ir para a Indonésia, eu conversei com a minha amiga Elizabete das coisas esdrúxulas que eu queria fazer, como tomar sangue de cobra e comer morcego. No fim, não comi nada disso, exceto a minha mãe que comeu cobra, como eu disse aqui. Mas foi em Yogyakarta que eu descobri o porquê de os javaneses evitarem beber sangue de cobra. As tradições e o misticismo/ folclore são muito fortes na região, e eles acreditam que o fator RH do sangue da pessoa que ingeriu essa bebida especial pode ser alterado. Pode? Não tente discutir sobre o que a ciência diz ou deixa de dizer. Apenas finja que está acreditando...

As pessoas mais humildes ainda acreditam que o homem deva pagar um “dote” para a esposa ou vice-versa. A figura masculina é muito respeitada e, mulheres viajando sozinhas são sempre questionadas sobre a ausência de seus esposos.

Prepare-se para as pessoas mais curiosas do mundo: elas querem saber tudo da sua vida, mas sem maldade ou inveja. É uma forma “carinhosa” de se conhecer o turista e o mundo, já que muitas dessas pessoas nunca saíram da ilha.

Viajando pelo interior dos países que a gente conhece realmente a cultura de um lugar. Saia um pouco dos roteiros tradicionais...
Vamos às dicas!!


Embaixada do Brasil:
Borobudur
"Mulia Tower" - Suite 1602 - 16th Floor
Jl. Gatot Subroto Kav 9-11
Jakarta - 12930 - Indonésia
(62 21) 526-5656


Moeda:
Rupia (RP)
R$ 1,00 = Rp 4.720,00  (cotação de 26/5/2012)

Idiomas oficiais: Bahasa Indonésio e Javanês.

Documentação:
Brasileiros precisam de visto para entrar na Indonésia, mas o documento é expedido no próprio aeroporto de chegada. Valor: USD 25,00. Além disso, é exigido passaporte válido por, no mínimo, 6 (seis) meses e endereço do local em que estará hospedado.

Quando ir:
Yogyakarta e bem castigada pela chuva na época das monções, que vai de outubro a junho. A época mais seca é nos meses de julho, agosto e setembro. A temperatura média não varia muito durante o ano. É SEMPRE QUENTE!
No final de janeiro e abril e no início de novembro acontecem os festivais de Gerebeg, com enormes procissões e muitas esculturas coloridas.


Transporte:

O Adisucipto International Airport (DIY) liga Yogya às principais cidades da Indonésia e a Cingapura e Kuala Lumpur. As principais companhia aéreas são AirAsia (
www.airasia.com), Malaysia Airlines (www.mas.com.my) e Garuda Indonesia (www.garuda-indonesia.com)
Não é muito difícil se locomover em Yogya, mas evite alugar um carro e sair dirigindo pelas ruas. Se você quer andar a pé, a Jalan Malioboro é a principal rua da cidade, com muitas lojas e restaurantes. As principais atrações turísticas dentro da cidade ficam nessa rua ou bem próxima a ela. Para conhecer os templos e o vulcão, alugue um carro com motorista.
A cidade tem muitos ônibus, inclusive para as atrações mais afastadas.
Se você quiser, ande de becak (o “ca” tem som de t-ía). É bem legal.
Borobudur
Segurança
Como dito no post sobre Bali (aqui), os indonésios são muito rigorosos quanto ao tráfico de drogas, e a pena de morte é aplicada para traficantes. A indonésia é rota de drogas para a Austrália, então tome cuidado. Todo mundo sabe das histórias dos brasileiros que estão presos lá. Infelizmente, eles não perdoam.


Hospedagem:
Escolha um hotel ou um albergue próximo a Jl. Malioboro. É melhor de se locomover.
Eu recomendo muito o The Phoenix Hotel Yogyakarta (Jalan Jend. Sudirman No.9, 55233 Yogyakarta, www.accorhotels.com/gb/hotel-5451-the-phoenix-hotel-yogyakarta-mgallery-collection/index.shtml). O Hotel é ótimo, com café da manhã bem farto e com comida de vários lugares (chinesa, indonésia, árabe e a tradicional breakfast – tudo isso no café da manhã).
Veja no www.booking.com ou no http://www.hostelworld.com/ a melhor opção para você.


 Atrações:
·         Borobudur (www.borobudurpark.com - localizado a 40km de Yogya) é o maior templo budista do mundo. Construído por volta de 9 D.C no formato de uma mandala, no monte Meru, que é considerado pelos budistas o centro dos universos físico e espiritual. São nove níveis, mais de 500 imagens de Buda e mais de 2600 detalhes em baixo relevo. Durante a subida, em plataformas circulares, o visitante passa pelas três áreas da cosmologia que reproduzem a jornada à iluminação: Kamadhat (mundo dos desejos), Rupadhatu (mundo das formas) e Arupadhatu (mundo sem forma).
O nascer do sol é a melhor hora de visitar o templo.
Infelizmente, uma semana antes da minha ida a Borobudur, o ator Richard Gere visitou o templo. Não foi daquela vez que ele teve o prazer de me conhecer.

·         Prambanan (localizado a 15km de Yogya) é um grande complexo de templos hindus. O templo Brahma é todo esculpido com imagens do Ramayana, um épico sânscrito do poeta Valmiki.
Aproveite para assistir, nas imediações do templo, ao espetáculo noturno do Balé Ramayana (www.borobudurpark.co.id/temple/ramayanaPrambanan).
Taman Sari
·         O Templo Mandut (próximo ao templo Borobudur) tem uma gigantesca estátua de Buda sentado com dois discípulos.
·         Monte Merapi – Gunung Merapi (monhanha de fogo). Os “rios” de lavas se espalharam por toda a região e destruíram todo por onde passavam. Por crendices na salvação, muitas pessoas que moravam próximas ao vulcão morreram na erupção de 2010 porque não abandonaram suas casas. Infelizmente, as pessoas que saíram do lugar estão regressando para o local de suas antigas residências, mesmo com os avisos de possíveis erupções. Vale muito a pena comprar miniaturas de templos feitas com lava solidificada.

·         Na cidade de Yogyakarta, visite o Kraton – residência oficial do sultão – e o Taman Sari – um complexo de piscinas e canais onde antigos sultões nadavam com suas esposas. Ainda na cidade, próximo ao Museu Sono-Budoyo, existe uma praça com duas grandes árvores. Diz uma lenda local que se uma pessoa vendada conseguir passar por entre as árvores, ela terá um desejo concedido. Não é nada fácil!!!!
Eu andei para todos os lados, menos em direção às árvores.

·         Por fim, conheça o Pasar Beringharjo, um mercado típico da Indonésia. Ali são vendidos todo tipo de animal e artesanato local. Comprei minha linda gaiola lá!
Artesã me mostrando como se faz um batik


Compras
A Jl Malioboro tem inúmeras lojas. Outra opção é o Pasar Beringharjo.
Não deixe de comprar batik de seda. Peça ao motorista para levá-lo nas “fábricas” (pequenas casas onde os artesãos produzem e vendem os tecidos). Normalmente, são os lugares mais baratos.

Beijos

Um comentário:

  1. Oi, estou indo pra Yogyakarta em novembro. Esse endereço do local onde vai ficar, é somente o endereço escrito, ou algo mais formal? Eu vou fazer um intercâmbio e morar no local onde vou trabalhar, queria saber se preciso pedir algum documento pra eles, ou somente o endereço serve?

    E o visto, li blogs de gente que pediu o visto aqui. É necessário ou só tira no aeroporto mesmo ?

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